quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Blogueira convidada nº 4 - Liana


Só esclarecendo, devido a alguns emails que recebi, os posts das blogueiras convidadas não foram "encomendados" por mim. Cada uma escolheu o assunto e escreveu seu texto sem nenhuma interferência minha. Optei por não comentar as postagens, para deixá-las completamente livres. Portanto, como as opiniões, posicionamentos e termos contidos nos posts são delas, posso concordar ou discordar, mas vou respeitá-las como minhas convidadas.

Dessa vez a blogueira convidade é a Liana. Desde que fui ao seu blog, percebi seu jeito ácido, direto, por vezes duro de dizer as coisas e gosto disso, prefiro pessoas assim, do que gente muito fofinha, muito guti guti, que me dá tédio. O blog dela é: Life is a Drag.



LIBERDADE

Exceto pela aparência, não sou o tipo “rainha do baile”. Nunca quis ser. Não faço questão de ser popular e agradar a todos. Sou eu, faço o que for bom pra mim, ajo de acordo com o que acredito, procuro as pessoas quando sinto vontade... em suma: faço o que quero. E pago o preço por ser assim.

Não por acaso, quase todos os meus amigos são do sexo masculino – heteros e homos. Mulher não convive muito bem com o fator liberdade, muito menos se vier adicionado ao fator beleza. Acho que também, não por acaso, as poucas amigas do sexo feminino que tenho são lindas e seguras de si, não vivem em função de homem e também têm mais amigos do sexo oposto.

Não me incomoda quando um macho chega questionando porque não casei, não tenho filhos e coisas do tipo. O que de fato me incomoda são mulheres virem com estes questionamentos. Por acaso sou obrigada a ter marido e filhos? Não posso estar bem e feliz sem isso? Não posso ser uma pessoa completa sem precisar me encaixar no que seria o socialmente desejável? Machismo vindo de homens é horrível, mas quando parte de outras mulheres consegue ser pior ainda.

É aí que pessoas como eu pagam o preço. Ser livre e fazer o que se quer, como se quer, na hora que se quer, custa caro. Ter passado dos 30 anos, aparentar 25 e viver livremente como se tivesse 20 não é fácil, não é simples... e não abro mão disso. É uma batalha diária da qual talvez um dia eu canse: por enquanto, quem se cansa são os outros.

Não adianta querer que eu seja como a maioria das mulheres solteiras da minha idade e fique em casa deprimida me achando um lixo por ser solteira: sim, é isso que as pessoas querem que uma mulher solteira com mais de 30 anos se sinta, um lixo, uma leprosa (infelizmente, a maioria acaba se sentindo assim). O que incomoda aos outros – principalmente às outras mulheres – é o fato de que me sinto exatamente o oposto disso: poderosa. Como tal, livre pra fazer o que eu quiser. E faço. Liberdade incomoda... o preço que se paga por praticá-la é ver pessoas se afastarem... o que se ganha é ver pessoas se aproximarem. Acho que, no fim das contas, vale à pena.

Fazendo uma confissão bem ácida: o que me deixaria deprimida é estar como várias pessoas da minha idade que conheço, presa no comodismo de um casamento falido qualquer, com filhos, embarangada, aparentando ser bem mais velha, sem vida além das palavras “mãe” e “esposa”. Pra mim, se estas duas palavrinhas um dia fizerem parte do meu vocabulário, que seja para somar e melhorar o que já está bom, não para me encaixar no que seria socialmente aceito.

Finalizando:

- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende.

Clarice Lispector*

*trechinho do livro "água-viva" da Clarice

P.S.: Sou meio esquizofrênica e tenho várias personalidades... uma acadêmica, uma blogueira, uma dançante... vai aí o link do blog da minha personalidade bailarina pra quem quiser conhecer: http://ayladv.blogspot.com/

domingo, 23 de janeiro de 2011

Blogueira convidada nº 3 - Lady Murphy


Peço a quem gosta de mim, quem gosta do meu blog e dos meus posts, prestigiasse, lendo os posts inéditos das blogueiras convidadas, pois elas se esforçaram escolhendo temas e escrevendo textos inéditos. E se puder, deixe um comentário, ficaria grata. O carinho que dispensam a elas certamente é um carinho a mim também.

A blogueira convidada dessa semana é Lady Murphy, desde que a visitei pela primeira vez, encantei-me com seu jeito inteligente e objetivo de expressar suas opiniões. Seu blog é: West End Bar


E o preconceito? Vai bem, obrigada.

Há algumas semanas, durante a posse da nova presidente do Brasil, uma pessoa chamou para si mais atenções do que merecia. Indo inclusive parar no Trending Topics do Twitter, o termômetro dos assuntos em voga em dado momento.


A pessoa em questão era Marcela Temer, esposa de Michel Temer. Que virou alvo de comentários maldosos por um unico motivo: ser jovem e bonita.

Dito assim não parece nada nocivo - e de fato não seria, não fosse pela idade do marido, que então contava 70 anos, enquanto a moça, 28.

Todos mostraram-se indignados com aquilo. Como poderia uma mulher tão jovem interessar-se por um homem tão mais velho? O que teriam eles em comum?

Não se pode dizer ao certo. Pode ser que a moça seja uma interesseira oportunista, como pode ser que não. NINGUÉM TEM O DIREITO DE JULGAR.

Não se trata de achar que todo velho deve procurar uma ninfeta. Trata-se de achar que as pessoas são livres pra escolher o que querem de suas vidas e isso inclui com quem vão se enlaçar matrimonialmente.

Trata-se também de não carregar aquela coisa que fica escondida no âmago da maioria das pessoas denominada preconceito; De não achar que o único sentimento humano nobre é o prazer sexual entre homem e mulher em tenra idade; De não destilar um veneno ao julgar - e condenar - uma situação que muitos dos que criticam, fariam igual se tivessem oportunidade. Tanto da parte das mulheres, que casariam com um senhor endinheirado, quanto da parte dos homens que, estando eles em idade avançada, trocariam facilmente uma de 50 por duas de 25.

O que acontece é que a gente não pode olhar pra uma pessoa e rotular o seu caráter como bom ou mau apenas pela cara.

Muitas mulheres ficam com rapazes da mesma idade que só se empenham em difamá-las. Não todos, mas não é raro. E muitas moças não tem aquela disposição pra curtir a vida loucamente durante muito tempo. Querem casar, construir família, ter estabilidade, essas coisas. Além do que, o Michel Temer não é nenhum velho seboso e babão. A velhice dele é apenas uma data de nascimento que consta no RG. Fora isso, ele é um homem muito bem aprumado, elegante, educado, aparentemente cortez, asseado e, certamente, inteligentíssimo. Com todos esses quesitos preenchidos, não seria o vigor da juventude um atributo meramente secundário?

Continuo escrevendo no meu outro blog: Um blog pra relaxar, ou não!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Blogueira convidada nº 2 - Mônica


Sei que não ando comentando os blogs que sigo com a frequência habitual, mas tenho lido todos, me deem um desconto que não ando legal faz um tempinho.

Ando escrevendo pouco, mas continuo postando coisas pequenas no meu outro blog: Um blog pra relaxar, ou não!.

A blogueira
convidada dessa semana é a Mônica, que acompanho faz um tempinho. Ela vê a vida de uma forma parecida com a minha em alguns aspectos, tenho com essa blogueira uma relação de afinidades. Seu blog é: Mulher de Fases.


O Grande Consolo

O assunto do momento é o filme estrelado pela Ingrid Guimarães "De Pernas Pro Ar". Como ela mesma definiu no programa Altas Horas, fala da mulher atual, que tem que conciliar trabalho, marido, filhos e, sendo assim, alguma coisa fica a desejar. No caso do filme, a satisfacão sexual. Ainda não tive a oportunidade de assistir, mas pela entrevista da atriz no programa do Jô, onde ela chegou a simular um orgasmo, ele gira mesmo é em torno da sensacional descoberta das vantagens que um vibrador pode proporcionar a uma mulher carente. O fato do objeto vir dentro de um coelho de pelúcia chega a ser engraçado, mas a idéia do aparelhinho em si que me intriga.

Sempre me recusei a frequentar sites de encontros, namoros ou coisa parecida, confesso que já me cadastrei em alguns, excluindo meu perfil no máximo, no dia seguinte. Nunca acreditei nesses amores que começam pela internet e, mesmo no auge da minha solidão desesperadora, me recuso a utilizar desses artifícios para encontrar um pouco de atenção ou, como último recurso, aproveitar o anonimato, já que na rede podemos ser quem bem entendermos, para um pouco de exibicionismo e sacanagem. O sexo em si, todos sabemos ser fácil de encontrar, muitas das pessoas que se cadastram nesses sites é apenas isso que procuram, mas algumas afirmam ter encontrado sua cara metade.

Na lista das minhas resistências entra também o tal vibrador. Jamais pensei ter necessidade de fazer uso de um objeto do tipo para aqueles dias em que sexo solitário é tudo que precisamos ou queremos. Começo a ver que estou errada. Utilizar tais objetos nada tem a ver com o fato de ser ou estar solteira, mas tem a ver com a busca de prazer, de auto conhecimento, de satisfação plena.

Me lembro de um antigo caso que, em uma bela noite em sua casa, me deparei com diversos exemplares do dito cujo na gaveta do criado mudo, em vários tamanhos e cores. Nossa relação não evoluiu a ponto de usarmos juntos, mas hoje quando lembro ainda acho meio constrangedor.

Sou careta o suficiente para acreditar em sexo convencional, aquele entre duas pessoas apenas, não importando como elas fazem e em quantas posições. Admiro as mulheres bem resolvidas que conseguem inovar com uma naturalidade assustadora, afinal, nesse mundo machista em que vivemos isso pode ser mal interpretado. Justamente por fazer parte desse mundo machista que ainda conservo hábitos um tanto conservadores.

Talvez seja o caso de ver as coisas por um outro prisma e, acreditar por exemplo que, ter um vibrador algumas noites como companhia não significa, necessariamente, assinar um atestado de carência extrema.


P.S.: Vamos ajudar as vítimas da tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, clique no banner ao lado: Rifa Solidária

domingo, 9 de janeiro de 2011

Blogueira convidada nº 1 - Pattrícia


Ando precisando de umas férias do blog, de mim, da vida. De mim e da vida não posso tirar, mas do blog, com certeza... rs. Então estou convidando algumas blogueiras que gosto e acompanho para escreverem textos para o Confissões Ácidas. Fiquei feliz que algumas já aceitaram e gostaram da idéia. Nada melhor nessa minha fase de recolhimento do que ceder meu espaço para que outras mulheres digam o que pensam, nós que matamos leões para mostrarmos nosso valor.

Hoje publico o texto da Pattrícia, uma bloqueira que acompanho há pouco tempo, e que gosto muito da intensidade de seus textos. Seu blog é Coisas de Pattrícia.

Espero que gostem dessa temporada:

CIÚME!

Eu sou ciumenta! Não aquele tipo obsessivo, mas sou.

Minha razão entende perfeitamente que: ninguém é de ninguém nesse mundo. Mas mesmo assim minha emoção não compreende. Minha terapeuta diz que tudo está ligado ao fator baixa autoestima.

Distante fui de ser uma criança linda e simpática. Na verdade fui uma criança feia, gorda, desengonçada e chata. Portanto quando via meu pai babar nas crianças lindas (as sobrinhas, por exemplo) sentia um ciúme que me doía o peito.

Cresci assim... mesmo me tornando uma mulher bonita, em forma, ter desenvolvido classe, adquirido cultura, um tanto viajada e menos chata, meu humor continua ácido e a autoestima continuou lá... lá embaixo.

Em meus relacionamentos nunca protagonizei cenas fortes de ciúme. Nunca bati em ninguém, na verdade só fazia bico. Mas no meu relacionamento com meu ex-marido eu me destruí muito.

Eu sabia no fundo do meu coração, que ele não seria o homem mais correto e fiel. Uma vez me disse que estava confuso entre eu e outra, devia ter o deixado ir embora. Mas fiz que fiz que ele ficou comigo. Nos casamos, quando achei que era a mulher mais feliz da vida, cheia de segurança. Pimba! A casa caiu.

Só o fato de ter recebido a notícia que estava sendo abandonada por uma caixa postal de celular, já fez com que me sentisse um lixo. Depois com todas as outras descobertas, meu único desejo foi morrer, como já contei em minha experiência sobre o suicídio. Resultado: Luto até hoje para reerguer minha autoestima.

Não é fácil, pois tenho medo de ficar sozinha. E esse medo me faz ficar burra às vezes. Mas de uns dois meses para cá comecei a mudar minha postura e está surtindo efeito. Vou explicar:

O namorado odeia que eu use saia curta. Em uma viagem coloquei um vestidinho lindo para ficar na beira da piscina, mas ele reclamou. Fui lá como uma boba e troquei a roupa. Quinze minutos depois, ele só acompanhou com o olhar uma mocinha com um short que se via o útero. Não briguei como de costume. Voltei para o quarto e coloquei meu vestidinho novamente. Quando o namorado viu, reclamou, mas fui categórica:

- Amor, para você estar comigo é sinal que sou bonita e interessante. Por que você pode olhar a mulher bonita dos outros, e os outros não podem olhar a mulher bonita que você tem?

Depois dessa, hoje em dia, ele até elogia os esmaltes vermelhos que eu passo! E nunca mais reclamou de nenhuma roupa.

Ah, o meu ciúme está melhorando! Afinal, para que sentir ciúme de alguém que não enxerga nossas qualidades, se aos poucos descobri que tem gente que percebe e valoriza?!